As melhorias tecnológicas trouxeram grandes benefícios para o homem moderno. Mas trouxeram também alguns problemas. Se o computador foi inventado para diminuir o cansaço dos homens, com ele veio a tendinite e a Lesão por Esforços Repetitivos (conhecida como LER). Se a expectativa de vida aumentou, e por isso vivemos mais hoje do que nossos antepassados, cresceu também o número de idosos sofrendo os incômodos da velhice. E, já que não existe solução para muitos problemas (ou essas soluções às vezes são tão ruins como o problema em si), é interessante evitar que esses problemas aconteçam.
A saúde é um problema não somente individual, mas um problema social. Como assim? Se muita gente sofre com problemas de saúde, os postos de atendimento ficam lotados, os médicos têm que trabalhar dobrado e consequentemente o atendimento fica pior. Os gastos com cirurgias, medicamentos e todos os demais procedimentos são bem pesados. Muita gente procura remédios, logo, eles aumentam de preço. Isso é dinheiro público que poderia ser investido de outra forma.
Nesse texto, vamos abordar rapidamente alguns comportamentos de risco que preocupam os profissionais da área da saúde. Esses comportamentos trazem uma quantidade de problemas muito grande (como já foi dito, problemas de saúde individual e pública, problemas familiares e problemas até mesmo sociais). Com o detalhe que sempre vêm acompanhados um do outro – ou seja, um problema intensifica o outro – e que poderiam ser facilmente evitados.
Capítulo 1: Sedentarismo.
Antes de iniciar realmente nossa conversa, é necessário responder o que é essa palavra que dá o título do capítulo. O que é sedentarismo? O sedentarismo é o estado de quem pouco se mexe, vive sentado, evita o movimento. Como se diz, no popular, é o “come e dorme”. Em uma linguagem mais formal, é a inatividade física. No contexto da vida moderna, é o hábito de substituir movimentos básicos como caminhar, correr, saltar e carregar pelo movimento dos dedos diante de um teclado, do controle remoto, do computador ou do telefone. Sabe, é o nome que se dá quando alguém responde “outro dia eu vou” ou “não tenho tempo” quando é convidado a suar um pouco.
O principal órgão responsável pela saúde mundial é a OMS – Organização Mundial de Saúde. Para a OMS, o sedentarismo é um dos principais inimigos da saúde pública, responsável pelo aumento do risco de morte por todas as causas. Essa organização estima que a falta de atividade física seja responsável por mais de 2 milhões de mortes por ano no mundo inteiro, pois o sedentarismo traz inúmeras doenças. As mais comuns são: doenças cardíacas, hipertensão, o diabetes e a depressão.
E o sedentarismo é ruim para o gordo e para o magro também. Quem tem um baixo peso pode, às vezes, estar correndo o mesmo risco que uma pessoa obesa, por não praticar atividade física. A balança não mede nível de colesterol no sangue, nem necessidade alimentar, nem a taxa de glicose. Claro, o excesso de peso traz bastante problemas, mas não é porque uma pessoa á magra que está livre dos males relacionados no parágrafo anterior. A falta de exercício físico traz problemas para qualquer pessoa, não importa a condição física, o sexo nem a idade.
Isso mesmo, nem mesmo a idade. Crianças e jovens estão sofrendo hoje com os males do sedentarismo tanto como adultos e idosos. Muitas crianças e jovens estão indo a consultórios médicos buscar soluções para problemas de coração, por exemplo. Sem contar os adultos de hoje que desde pequenos eram sedentários e estão pagando o preço agora. Às vezes procuram até uma academia, por exemplo, para melhorar a saúde, perder peso. Imagine a situação: um homem de mais ou menos 30 anos, com 30 anos de péssimos hábitos, principalmente o sedentarismo. Como um programa de atividade física de dois ou três meses vai mudar essa pessoa? Não dá. O corpo acostumou-se a como é hoje. É preciso um tempo considerável para que ocorra uma mudança real. E muitas vezes essa pessoa não vê um resultado imediato e desiste da atividade física. Volta ao sedentarismo. Volta à inatividade física. Volta a correr o risco de morrer mais cedo ou ter complicações sérias na velhice – ou mesmo antes disso.
Capítulo 2: Má Alimentação
Esse tema já foi abordado tantas vezes por um programa de TV (Televisão não tem somente bobagens. Muitas vezes coisas interessantes são mostradas na tela de sua TV), que com certeza você já deve ter assistido algo a respeito. Estamos falando do programa jornalístico que passa nas noites de sexta-feira: o Globo Repórter. Até os produtores do programa já perderam as contas de quantos programas trabalharam uma matéria sobre alimentação saudável e seus benefícios.
Uma pena que essa mesma rede de TV nos estimula a comer em McDonald’s, beber refrigerantes, abusar das frituras. Propagandas intensas, merchandising e outros, são veiculados diretamente para nós, insistentemente. Ou seja, a televisão é contraditória. Muitas vezes diz ter um papel social, e faz campanhas a respeito de diversos assuntos, mas em sua programação estimula o contrário. É o poder da mídia em ação.
Mas a ênfase desse capítulo não é o papel social da TV, mas sim os problemas que uma má alimentação trazem. Estamos acostumados a comer de forma péssima. Às vezes por falta de condições financeiras, mas muitas vezes por falta de conhecimento. Daí a importância do professor de Educação Física na escola. É uma de suas funções proporcionar esse conhecimento.
Como deve ser nossa alimentação? Primeiro, devemos incluir os alimentos que precisamos para produzir energia. Sim, produzir energia. Da mesma forma que um carro precisa de gasolina ou álcool para produzir energia e movimentar-se, precisamos de “combustível”, também. Nosso combustível resume-se em três grupos de alimentos:
1. Carboidratos: São os açúcares. Não se engane, no nosso corpo, muita coisa vira açúcar, desde alimentos doces, como sorvetes, barras de doces, bombons, até arroz, macarrão e batatas. Tudo isso, digerido em nosso estômago e nosso intestino, vira carboidrato. é a primeira fonte de energia que nosso corpo busca. É a primeira fonte de energia, o primeiro “combustível” que o corpo utiliza para produzir energia.
2. Gorduras: Calma, não estamos afirmando que gordura está liberada. Que comer aquela picanha todo dia, ou aquela feijoada, ou chocolate não vai fazer mal. A gordura é utilizada por nosso corpo para produzir energia, mas demora. Como assim? Isso quer dizer que se você come alimentos gordurosos demais e não faz exercícios, essa gordura não será gasta e ficará acumulada em seu corpo. Conseqüências: pneuzinhos, papadas, roupas que ficam mais apertadas (não porque encolheram, mas porque você engordou mesmo), gordura acumulada nos vasos, que aumentam taxa de colesterol e podem causar doenças cardíacas. Em outras palavras, a gordura é utilizada em nosso organismo, mas deve ser o que menos devemos consumir em nossa alimentação diária.
3. Proteínas: encontramos na carne, nos ovos, queijo, etc. O corpo usa em forma de energia, mas como último recurso. A princípio, devemos comer proteínas pois é delas que nossos músculos são feitos, e precisamos sempre de manutenção. É como se nossos músculos estivessem sempre se machucando e as proteínas dos alimentos fossem o remédio.
Além desses alimentos, precisamos de outros, como as vitaminas, que deixam nosso corpo mais forte contra doenças. As vitaminas encontram-se principalmente nas frutas e nas verduras, e devem ser consumidas em uma quantidade bem interessante. E sem esquecer da água, que nos hidrata, permitindo um equilíbrio dentro de nosso corpo.
Será que comemos em quantidade certa esses grupos alimentares? Seu prato no almoço tem muitas verduras? Você costuma comer frutas ou frituras – cheias de óleo e gordura – nos lanches? Está ingerindo pouca ou muita gordura? Prefere beber um refrigerante ou um suco? Lembre-se que gordura em excesso acumula-se no corpo e causa aquelas situações citadas anteriormente.
É proibido comer doces? Comer uma boa feijoada? Beber um refrigerante? Não. Não é proibido. Mas se você exagerar, vai sofrer as conseqüências. Talvez não agora. Talvez não daqui a um ano. Mas em algum momento o corpo reage a esses estímulos. Beber refrigerante todos os dias, por exemplo, tira o cálcio dos ossos. Não sabia? Pois saiba agora. Quem bebe muito refrigerante fica, pouco a pouco com os ossos mais fracos. Ao contrário de quem bebe um copo de leite por dia. Já devem ter ouvido por aí que leite tem cálcio. Pois o cálcio do leite serve para isso. Para fortalecer os ossos. Para evitar uma doença chamada osteoporose.
“Ah, mas isso é doença de velho”, você pode pensar. Cada vez mais, pessoas jovens estão apresentando sintomas dessa doença. Além de fatores genéticos – realmente, algumas pessoas nascem já com uma pré-disposição natural para desenvolver a osteoporose. E a causa é a diminuição da ingestão de cálcio nas refeições.
Conhecem um velho ditado: “somos aquilo que comemos”? É nesse sentido que esse ditado se refere. Quem come muitas frutas, tem um corpo forte, resistente a doenças. Quem come muitos pastéis (todo dia come um, por exemplo), tem uma chance muito grande de pegar uma doença séria, que pode até matar: ataque cardíaco.
Capítulo 3: Tabagismo – Cigarro também é uma droga
“Cerca de 10 mil pessoas morrem todos os dias no mundo
em conseqüência do consumo de cigarros”
Apesar dessa informação sobre o cigarro ser verdadeira, e muita gente saber disso, você sabia que o tabagismo é a maior causa evitável de doenças e mortes do mundo? Sabe o que significa? Que basta parar de fumar para se evitar uma série de problemas. Basta deixar de sair para comprar uma carteira (algumas pessoas, mais de uma carteira) todo dia. Não que seja uma coisa imediata. Uma pessoa fuma há vinte anos. Parou de fumar hoje, amanhã já está curada de tudo o que de ruim o cigarro lhe causou. Não funciona desse jeito. Mas parar de fumar causa uma reação no organismo que vai limpando aos poucos os males. Se você fuma há um ano e parar de fumar hoje, seu corpo ficará bem melhor do que o de uma pessoa que fuma há cinco anos e também parou hoje. Essa pessoa vai demorar um pouco mais a eliminar os males.
Quando alguém dá uma tragada 4.720 substâncias tóxicas entram no corpo dessa pessoa. Isso mesmo. Mais de quatro mil porcarias entram em seu corpo em uma só tragada. Alcatrão, nicotina, monóxido de carbono, formol. Até um metalzinho chamado cádmio, que é encontrado em baterias de carros.
O fumo acaba com o sistema nervoso (cria uma dependência, causa dores de cabeça, diminui a capacidade de raciocínio, dentre outras). Também faz o coração bater mais rápido, aumentando o risco de ataques cardíacos. Câncer na boca, na garganta, na laringe, no esôfago, nos pulmões aparece aos montes nos hospitais. Quem dá entrada nos hospitais com esse tipo de câncer? Se você pensou “fumantes”, acertou.
A fumaça do cigarro destrói os alvéolos pulmonares, que são a parte do pulmão que coloca oxigênio no sangue. O corpo passa a ter menor oxigenação dos tecidos, resultando em maior facilidade de cansaço para o fumante. Em palavras simples, quem fuma, cansa mais rápido em tarefas simples.
Você sabia que a pele de um fumante fica com uma aparência mais velha? É. Você não fica mais bonito porque fuma. Envelhece mais rápido. Ah, e aumenta a celulite, viu meninas?
O cara que fuma pode ficar estéril e até ter dificuldade de ereção. Você é quem sabe, se prefere fumar ou dar conta na hora do vamos ver. E vocês meninas, que estão grávidas, o cigarro afeta e muito o feto, viu?
Ah, mas você não vai parar de fumar porque você fuma e é magro, parou há uns anos e engordou. E você não quer engordar. É verdade. Quem pára de fumar tem uma tendência a ganhar um certo peso logo em seguida. Mas se você prefere ser magro e contrair todas as doenças já citadas nesse capítulo, vá em frente.
E tem outra coisa, você não engorda porque parou de fumar. Você engorda porque acaba comendo mais doces que antes, para compensar a falta de cigarro. Nada que uma boa dieta (veja o capítulo anterior) e exercícios físicos não resolvam. Acredite, os benefícios de parar de fumar, se alimentar bem e praticar exercícios físicos são muito, muito, muito mais revigorantes que as conseqüências da nicotina em você.
Quem decide que hábitos seguir? Você. A função da escola é somente dar as orientações. Cada um escolhe o caminho a seguir. E saber as conseqüências de suas escolhas. Está pronto para receber essas conseqüências?
Referencial Bibliográfico:
SABA, Fábio. Mexa-se: atividade física saúde e bem-estar. Editora Phorte: São Paulo. 2008.
isso é bom a prendi muito muito sobre os inimigos da boa alimentação
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